Gravidez e suas emoções: do primeiro ao terceiro trimestre

Quando falamos de gestação sempre é importante considerar o casal gestante, ou até mesmo a família gestante, entendendo que através do nascimento novos papéis são inaugurados e adaptados no ciclo de vida familiar. ⠀

Algumas questões importantes de se pensar é quem é esse (a) homem/mulher? Quem é esse casal? Qual a história deles? Qual história vivenciada com suas famílias de origem? Para a partir daí podermos olhar um pouco para a situação de gestação que estão.

Foi planejado? Aconteceu ao acaso? Houveram abortos anteriores? É primeiro, segundo, terceiro filho?

Em todas essas situações é normal existir sentimentos contraditórios, de dúvidas, de medo. O casal irá se reorganizar psicologicamente, financeiramente, nas suas vidas profissionais, suas rotinas, e também a forma como se relacionam consigo mesmo, com o outro e com suas famílias.

Há uma diversidade de sentimentos: alegria/tristeza, medo, angústia, alterações de humor, sono, apetite, instabilidade emocional, indisposição. É o momento que o corpo e a mente estão se preparando para o novo acontecimento.

A forma como o casal irá lidar com essas fases iniciais poderá auxiliar muito no decorrer do processo. Da mesma forma que situações anteriores (antes da gestação) também vão influenciar, daí a importância em poder resolver conflitos anteriores e se preparar para o que estar por vir.

O primeiro trimestre é o momento do casal fazer o seu “enxoval emocional” para amadurecer e se preparar para as fases que estão por vir!

Já no segundo trimestre, normalmente o casal já está mais tranquilo com a ideia da gestação, pois já conseguiram assimilar um pouco a ideia deste novo momento de suas vidas. Poder sentir o bebê, ver suas formas, dá uma tranquilidade um pouco maior e normalmente há um aumento da libido da mulher, o que faz com que o casal consiga se unir um pouco mais fisicamente também.

É importante que este momento de maior estabilidade e calmaria sirva para o casal poder fazer combinados, pensar sobre suas ideias de futuro, como irão se organizar, o que é necessário irem amadurecendo e refletindo enquanto casal e enquanto pais.

No terceiro trimestre o nível de ansiedade aumenta pela chegada do fim da gestação, a proximidade com o nascimento, o parto. Algumas vezes no final da gestação mesmo quem já havia decidido pela via de parto acaba ficando em dúvida e então é fundamental poder esclarecê-las com o ginecologista, e principalmente que o casal converse entre si e possa se acolher.

É um momento de sentimentos contraditórios, medo em relação ao futuro, preocupações em “dar conta” da tarefa de ter um bebê. Quanto mais o casal puder expressar um para o outro ou mesmo buscar auxílio externo, seja com profissionais da área com pessoas com quem tenha intimidade, mais tranquilos ambos ficarão!

Poder colocar para fora o que sentimos é uma forma de nos organizarmos internamente. O nascimento vai mostrar que para cuidar bem do outro é essencial que cuidemos bem de nós mesmos em primeiro lugar!

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Sobre o autor : Suzane Busatta Ignachewski

Psicóloga CRP 12/12931, Terapia individual, familiar e de casais.