Toda grávida precisa checar com o seu médico como andam as suas taxas de glicose ao longo da gestação. É que muitas gestantes desenvolvem uma resistência à insulina, ou seja, a produção de insulina não é suficiente para mandar todo o açúcar consumido para dentro das células, e este começa a ser detectado em níveis exagerados nos exames sangüíneos. Desta forma, a gestante pode começar a apresentar uma “Intolerância à Glicose” ou mesmo um quadro mais severo que chamamos de “Diabete Mellitus Gestacional” (DMG), especialmente depois do 4º ou 5º mês de gravidez. Esse quadro descoberto durante a gestação é responsável por 90% dos casos de diabetes na gestante; os outros 10% dos casos são mulheres que já tinham diabetes (tipo I ou II) antes de engravidarem.
Embora esta patologia desapareça depois do parto, algumas mulheres mantêm os níveis alterados após parto e necessitam tratamento por tempo prolongado ou mesmo pra vida toda. Os estudos científicos sugerem que mulheres que tiveram DMG têm uma maior propensão a se tornarem diabéticas com o passar da idade. Em alguns países, como nos Estados Unidos, está ocorrendo um aumento no número de casos de gestantes diabéticas, e acredita-se que isso seja devido ao estilo de vida mais sedentário, alimentação inadequada, ou mesmo, às elevadas taxas de obesidade.
Na gravidez, muitas vezes o perigo da DMG é maior pro bebê do que para sua mãe. Sabe-se que filhos de mães com diabetes prévia a gestação tem risco de malformações fetais, 2 vezes mais risco de complicações no parto e 4 vezes mais risco de precisarem ir pra UTI após seu nascimento. Mas o grau de complicações está diretamente relacionado aos graus de glicemia maternal. Ou seja, se você é diabética e deseja engravidar é necessário um excelente controle dos níveis de glicose no sangue para que seu bebê tenha riscos mínimos de complicações. Se você descobriu a DMG na gravidez, também. Logo, mulheres com a doença controlada têm o risco reduzido de complicações, de forma que mulheres grávidas precisam realizar o pré-natal para verificar suas taxas de glicose periodicamente, entre outros cuidados.
Geralmente mulheres com DMG não apresentam sintomas que denunciem as altas taxas de açúcar no sangue. Nem mesmo a “vontade de beber liquido” ou de “urinar constantemente” são indícios precisos do aumento da glicemia.
Se você não tinha diabetes antes de engravidar, mas seus níveis de glicemia estão alterados, cuidado: inicie controle rígido da ingestão de doces e de carboidratos, e atividade física regular (mínimo 3 vezes/semana, 30 minutos), e mantenha acompanhamento médico constante. Algumas vezes é necessário iniciar tratamento medicamentoso. Mesmo sendo desagradáveis, todos estes cuidados são imprescindíveis para a saúde do bebê, e com certeza no final você verá que valeu a pena!